Prog

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domingo, 17 de março de 2013

Engenheiros do Hawaii

Tudo começou em Porto Alegre no ano de 1984. Devido à greve na faculdade de arquitetura, as aulas se estenderiam até janeiro de 85 e diante da situação a faculdade organizou happenings com os estudantes que produzissem arte na escola.
Humberto Gessinger (que na época tocava guitarra) ficou sabendo que Carlos Maltz tocava bateria. Os dois esbarraram em Marcelo Pitz (baixista) e juntos decidiram participar da bagunça, ainda com a participação de Carlos Stein (Nenhum de Nós) na guitarra , que logo deixou a banda.
Engenheiros do Hawaii???!
Na faculdade, os estudantes de Arquitetura e Engenharia se envolviam em rixas curriculares, filosóficas, estilos de vida opostos… Enfim, o pessoal da Arquitetura inventou um apelido pra acabar com os inimigos. “Todo estudante de Arquitetura é meio arrogante, acha que os Engenheiros estão abaixo. Tinha um pessoal na Engenharia que usava aquelas roupas de surfista, e, para irritá-los, nós fazíamos questão de chama-los de “Engenheiros” e, mais do que isso, Engenheiros do Hawaii, que é um paraíso meio kitsch”.
Na época, Porto Alegre e o Brasil presenciavam uma explosão de bandas punk, quase sempre com nomes heróicos: Cavaleiros do Apocalipse, Virgens Nucleares, Legião Urbana, Titãs, Replicantes, Garotos de Rua etc… O que, segundo Humberto, também contribuiu para a adoção do nome: “Sempre me assustou essa coisa heróica da música pop, porque te leva a ser meio semideus. Engenheiros do Hawaii era um nome desmistificador, ninguém nos levaria muito a sério. É um nome que até hoje nos protege de nos encararem como sacerdotes”.
11 de janeiro de 1985
Essa foi a data do primeiro show, por sinal coincidindo com a abertura do Rock in Rio I. Enquanto no Rio são soltas centenas de pombas da paz os três engenheiros apresentavam com um repertório variado que ia de “Ô Mônica, abrace o elefante…”, passava pelo jingle do chocolate Sem Parar, Lady Laura (Roberto Carlos) até a abertura do seriado Hawaii 5.0, além de uma ou duas músicas próprias, todas tocadas em compasso de reggae. “O Marcelo adorava e era a coisa mais fácil de tocar” lembra Humberto.
Saindo da capital
Na semana seguinte tocaram na faculdade de Medicina (palco das primeiras vaias), em um bar, em outro, em outro… De bar em bar resolveram viajar pelo interior do Rio Grande. “Chegávamos nas rádios de manhã com uma fita para o cara da rádio, ele tocava e fazíamos o show à noite. Foi quando aprendemos qual é o botão de volume e o do tom da guitarra”.
Naquele tempo a BMG resolveu lançar a coletânea Rock Grande do Sul, só com bandas dos pampas. Produziram um Festival no Gigantinho para escolher os grupos, os Engenheiros passaram no teste… por pouco!
“Fomos tocar sem esperança, só depois fiquei sabendo que nos incluíram no disco porque outra banda desistiu”, conta Humberto.
Longe demais das capitais
Eles entraram no LP com duas canções, e uma delas, Sopa de letrinhas, estourou no Sul. Com o sucesso, a BMG decidiu bancar um LP só dos Engenheiros - e nasceu o Longe demais das capitais, produzido por Miguel Plospschi. O norte musical do disco apontava de leve para o ska: “Era a única coisa que eu sabia tocar na guitarra. Tinha trios que nos davam o norte, como Os Paralamas do Sucesso e o The Police. Mas isso era um fino verniz que logo saiu”, lembra Humberto.
Puxado por músicas comoToda forma de poder, que foi tema de uma novela global (Hipertensão), TocarCrônica, TocarLonge demais das capitais e Sopa de letrinhas, os Engenheiros logo foram ganhando status fora do sul.
Guitarra Nova
Marcelo Pitz ,saiu da banda às vésperas de um novo disco. Humberto e Carlos continuaram a ensaiar, Humberto agora tocando baixo. Só que ainda estava faltando um elemento - a guitarra. Surge para completar a banda Augusto Licks, que conheceu os Engenheiros por intermédio de Nei Lisboa, que já havia feito uma participação no Longe Demais…
“Levi - Strauss na baía de Guanabara”
Augusto tinha uma guitarra mais anos setenta, que juntamente com o amadurecimento de Humberto como compositor, trouxe outro ritmo à banda. Surge o segundo LP do trio: A revolta dos Dândis (1987), produzido por Reinaldo Barriga Brito. Neste disco começaram os primeiros “enroscos” com a crítica. Os Engenheiros eram chamados de elitistas, e até fascistas. Acusações causadas pelas citações presentes nas letras de Humberto que iam de Albert Camus a Jean Paul Sartre. Além da conhecida história do show que os Engenheiros fizeram para uma comunidade judáica, em que o Humberto se apresentou com uma camiseta com a estrela de Davi desenhada, enquanto Carlos tocou com uma camiseta que trazia estampada a cruz suástica.
Humberto e Carlos respondem às acusações:
Humberto: “Às vezes, a citação não precisa ser entendida. No mundo de hoje não tem diferença entre Albert Camus e Mike Tyson. São dois produtos de consumo. Eu saboreio Camus como saboreio Mike Tyson. A maioria do povo brasileiro entende mais de existencialismo do que de boxe. Cito Camus porque está mais próximo de mim. Acho que as pessoas entendem o que é “dândi”, pelo menos tanto quanto eu. A “obra aberta” possibilita que uma música seja entendida em todos os níveis. Os Titãs conseguem isso. Caetano Veloso, o mais genial de todos, não consegue. Talvez nem a gente consiga. A nível de “intelectuália” citar Camus é kitsch e demodé. Pra agradar a crítica eu citaria Levi Strauss na baía de Guanabara”.
Carlos: “Fascista não é fazer citações pretensamente intelectuais, mas deixar de fazer por julgar que as pessoas não vão entender. Isso é intelectual e elitista”.
Faíscas com a critica à parte, o público tomou o caminho oposto e o disco emplacou sucessos como: TocarInfinita Highway, TocarTerra de gigantes, e A Revolta dos Dândis I.
Alternativa Nativa*
Apesar dos dois bons discos, os Engenheiros ainda não haviam sido admitidos na primeira divisão do BRock. Ainda eram uma banda colocada para abrir noites para um grupo audivelmente inferior como o Capital Inicial. Foi o que aconteceu no terceiro festival Alternativa Nativa realizado no Maracanãzinho entre 14 e 17 de julho de 1988. O Legião Urbana tocou sozinho nas duas primeiras noites e os Paralamas idem na última. Mas Gessinger, Maltz e Licks tiveram que abrir para a banda de Dinho Ouro-Preto na noite de sábado, 16. Eles ficaram ao mesmo tempo perto, abaixo e acima do Capital. O show dos Engenheiros foi uma espécie de rito de passagem entre a garagem e as grandes arenas. Nem o tropeço literal que Gessinger deu no palco ainda na primeira música, Longe demais das capitais, quebrando seu baixo, fez o trio perder o rebolado diante das 20 mil pessoas que lotavam o estádio. A partir daí, os Engenheiros encheriam estádios Brasil afora - sobretudo o Gigantinho de sua cidade natal, lotado sucessivas vezes.
*(texto extraído de “BRock - o pop/rock brasileiro dos anos 80” - agradecimentos a Thiago Picolo -, baseado no livro de mesmo nome de Arthur Dapieve)
Ouça o Que eu Digo Não Ouça Ninguém (1988)
Um ano depois do revolta os Engenheiros lançam um novo LP - Ouça O Que Eu Digo Não Ouça Ninguém. Neste disco começam a aparecer elementos novos na música dos Engenheiros. Pela primeira vez o teclado é incluído nos arranjos, e surge aí também a primeira composição de Gessinger e Licks - Variações sobre um mesmo tema. Mais uma vez a banda é alvo da crítica, desta vez em relação aos clichês subvertidos presentes nas letras de Gessinger.
Carlos: “Somos absolutamente fascinados por isso, frases de efeito ou sei lá como chamam. De repente, duas coisas estandardizadas como o símbolo hippie e uma engrenagem, quando juntam vão formar uma outra coisa. Essa é uma viagem da banda”.
Humberto: “O que me fissura nos ditados é que são superpresentes. Fico atento pra pegar essas pérolas, essas frases de caminhão. A gente subverte uma palavra no fim e já cria um efeito ambíguo. O nonsense e o abstrato são geniais, o supra sumo da cultura ocidental. Mas hoje em dia eu tenho horror da sua vulgarização. Acham que todo nonsense faz sentido, caretearam. O que a gente tenta é sair desse atoleiro de nonsense. É buscar o significado e enlouquecer, desmistificar a razão. Pegar um ditado teoricamente careta e subvertê-lo”.
Deste LP nasceram sucessos como: TocarOuça o que eu digo, não ouça ninguém, TocarSomos quem podemos ser, TocarTribos e tribunais e TocarA verdade a ver navios.
A caminho das capitais
Com o lançamento do terceiro disco os Engenheiros mudaram-se para o Rio de Janeiro. “Se a gente não viesse, a banda acabava(…) A gente foi quase expulso. Não pelas bandas mas por todo o ambiente que se formava. Não queríamos virar para o sul o que a Carmem Miranda é para o Brasil.(…) Não nos sentíamos capazes de representar o Rio Grande do Sul. Não representávamos porra nenhuma. Nossas famílias estão há apenas duas gerações por lá. não consigo nem diferenciar uma vaca de um cachorro se ele não latir”, explica Humberto.
Carlos complementa: “Vaca é aquilo que tem na capa do Pink Floyd… Mas pra mim tanto faz morar aqui ou em Porto Alegre. A minha rotina é exatamente a mesma. Eu nunca saio de casa”.
“A mudança para cá não foi uma experiência. No início, já existia essa possibilidade. E já estávamos virando um chavão em Porto Alegre, ‘os representantes do rock gaúcho’”, emenda Augusto.
Do Rio direto pra Moscou
Em 89 os Engenheiros andaram visitando terras russas. “Quando recebemos o convite, pensei que iríamos tocar na Lua, mas, na verdade, fomos até Marte”, brinca Carlos. Empolgados com o convite para tocar em Moscou, os três chegaram a estudar russo por duas semanas e distribuíram, no show, panfletos com as letras do grupo vertidas para o Russo. Mesmo assim os soviéticos não entenderam nada. “É que nossas músicas não retratam a realidade deles”, justifica Humberto.
“Um retrato do que já foi feito e um esboço do que vai rolar”
No mesmo ano os Engenheiros lançam o quarto disco, desta vez ao vivo. Alívio imediato reúne grandes sucessos do grupo como TocarTerra de gigantes e TocarToda forma de poder em gravações ao vivo, algumas delas embaladas em novos arranjos feitos especialmente para os shows. O disco foi gravado no Canecão e fazem parte também duas músicas inéditas: TocarNau à deriva e TocarAlívio imediato, ambas gravadas em estúdio.
Não se tratava, porém, de um “disco de sucessos”. “A princípio éramos contra isso, queríamos mostrar o outro lado da banda. Quando ouvimos a fita do show, vimos que era uma demagogia, porque as músicas que ficaram mais diferentes foram as que tocaram na rádio. As outras tocamos praticamente igual. Diante deste impasse, optamos pelas melhores, hits ou não”, explica Humberto.
Quem é mais pop???
Em 1990 os Engenheiros lançam o quinto LP - O Papa é Pop. Neste disco a banda grava pela primeira vez uma música que não foi composta pelo grupo - Era um garoto que como eu amava os beatles e os rolling stones, primeira música que Humberto aprendeu a tocar ao violão, ainda criança, e que era tocada inicialmente pela banda em showmícios para eleição presidencial de 1989. Este disco alçou os Engenheiros a categoria de “melhor banda de rock do Brasil”. Vendeu mais de 350 mil cópias e estourou com as músicas: O papa é pop, Exército de Um Homem Só I, Era um garoto…(por coincidência em uma época de guerra), TocarPra ser sincero e TocarPerfeita Simetria. Além de tantos sucessos, as rádios ainda descobriram TocarRefrão de bolero, música do segundo LP da banda.
O disco caracteriza uma estética “limpa”, desde a capa até o som, gravado com bateria eletrônica, guitarra e baixo totalmente limpinhos. Marca também o batizado da banda como produtora de seus discos, fato que se repetirá nos próximos dois LPs.
Ignorados pela Folha, elogiados pelo New York Times.
No meio de toda essa briga com a crítica os Engenheiros foram convidados para tocar no Rock in Rio II, juntamente com Guns N’Roses, Sepultura, Capital Inicial, Lobão etc… Enquanto outros artistas nacionais eram apedrejados pelo público os Engenheiros fizeram um show que levantou o público com sucessos como TocarAlívio imediato emendada com Help! dos Beatles e Era um garoto… Os Engenheiros foram a única banda brasileira a se apresentar no festival elogiada pelo jornal americano New York Times, enquanto a Folha de São Paulo ignorava solenemente duas apresentações da banda para um Ibirapuera lotado, não divulgando nem em roteiro.
“Prenda minha parabólica, princesinha Clarabólica”
Em fevereiro de 92 nasce a primeira filha de Gessinger - Clara. O músico deixou de lado as apresentações da banda e assume sua corujice em relação a Clara. “Nessas horas é que a gente vê como o homem fica pra trás, e o que vale mesmo é a mulher”. A banda parou as apresentações em dezembro do ano anterior para que Humberto pudesse acompanhar o nascimento da filha. “Nada nem a banda me faria ficar sem ser pai” diz. “Já prometi pro Maltz que ela será baterista”, brinca Humberto.
A cobra morde o próprio rabo
Em 1991, lançam Várias Variáveis, que marca o fim de uma trilogia iniciada com A Revolta dos Dândis (que tinha a capa amarela), e continuou com Ouça o que eu digo, não ouça ninguém (de capa vermelha). Com o verde de Várias Variáveis, completam-se as três cores primárias da bandeira do Rio Grande do Sul.
O disco trás uma cover de TocarHerdeiro da pampa pobre do Gaúcho da Fronteira, uma homenagem a São Paulo e a Caetano com TocarSampa no walkman, referências ao movimento político dos anos sessenta em TocarO sonho é popular, além da irada TocarSala Vip, composta nos bastidores do Rock In Rio II.
Foi o segundo disco produzido pela banda e abre um espaço para a improvisação em takes falsos como na música TocarCurtametragem e até o som do banquinho do piano rangendo em TocarDescendo a serra. Fez sucessos como TocarPiano Bar, TocarAndo só, TocarMuros e grades e Herdeiro da pampa Pobre.
Música Popular Brasileira ou Rock Progressivo Inglês???
No ano seguinte é lançado GLM - Gessinger, Licks & Maltz, sétimo disco do grupo. O LP traz referências, quase apologias ao rock progressivo inglês, que vão desde os arranjos de guitarra de Licks, até o próprio formato do disco, com músicas emendadas formando uma geometria perfeita como uma esfera. Os vocais mostram uma nova face de Gessinger, sem medo de tons mais altos como em TocarNo Inverno Fica Tarde + Cedo.
Trouxe dois sucessos: TocarNinguém = Ninguém e TocarParabólica, composta para Clara, filha de Gessinger.
Abrindo pro Nirvana
No início de 93, os Engenheiros participaram do Hollywood Rock, abrindo o show do Nirvana, maior banda do movimento grunge, em pleno auge do movimento grunge. “Tocar Parabólica antes do show do Nirvana é uma boa coisa pra ti contar pros teus netos”, lembra Humberto.
Filmes de guerra, canções de amor
Foi o nome do oitavo disco da banda, fazendo referência a uma canção do disco A Revolta dos Dândis
O disco foi gravado ao vivo na sala Cecília Meirelles no Rio de Janeiro. É um semi-acústico gravado com guitarras, percussão e piano, além de músicas arranjadas por Wagner Tiso e acompanhadas pela Orquestra Sinfônica Brasileira. Trouxe canções rearranjadas até do primeiro disco, além de quatro inéditas: TocarMapas do acaso, Quanto Vale A Vida?, TocarÀs vezes nunca, e TocarRealidade virtual, as duas últimas gravadas em estúdio.
Pedro Só, em crítica publicada na extinta revista General, define: “(…)O disco traz lindas canções acima dos parâmetros pop(…) Quanto vale a vida , podia ser Dylan, mas foi Gessinger mesmo quem escreveu. Em Filmes de Guerra… fica mais fácil perceber a grandeza das músicas deste que é um dos mais afiados compositores do país, independente de gênero ou geração(…) A guitarra de Licks é elegantíssima, mas Gessinger canta versos elevados sem a menor intenção de ser cool, rasgando-se em alguns rompantes. É pena que muita gente só vá perceber o valor desta galharda gaúcha quando a Marisa Monte resolver gravar alguma destas pérolas(…)”.
Carimbando o passaporte
No esquema de divulgação do álbum, foram incluídas apresentações no Japão e nos EUA. Segundo Carlos no Japão a maioria da platéia era formada por brasileiros que estavam morando e trabalhando lá. Mas os Engenheiros dizem que não estavam interessados em atingir um novo público. “Não queremos conquistar a América. O primeiro mundo não precisa dos Engenheiros. Se o público gostar do nosso som, ótimo. Mas o que atraiu mesmo a gente foi a possibilidade de tocar para os brasileiros fora do país, esses caras da diáspora.”
Deste disco, foi extraído o 1° Home Vídeo dos Engenheiros, gravado e lançado junto ao Filmes de Guerra… O vídeo traz imagens colhidas no Japão, em Los Angeles, alguns clipes históricos, além de toda a gravação do Filmes de Guerra.
Engenharia de Metais Pesados
No final de 93 o clima começa a pesar nos Engenheiros, e causa a saída do guitarrista Augusto Licks. São várias as versões da história: Na primeira diz-se que as brigas começaram por uma divergência de opiniões no grupo a respeito do repertório acústico de Filmes de Guerra. Segundo se comentou, Augusto queria que se levasse orquestra para os shows, enquanto Humberto e Carlos preferiam a agitação dos shows elétricos.
Numa segunda oportunidade divulgou-se que Humberto teria tirado Licks da banda porque não gostava que ele fosse considerado o único músico da banda, noticia negada em carta a revista que a divulgou.
A terceira e mais provável versão é que em meio a rixas internas e discussões, Augusto sentindo que a relação com os outros integrantes estava se tornando inviável, registrou o nome Engenheiros do Hawaii como sendo de sua propriedade. Gessinger e Maltz entraram na justiça declarando que é pública e notória a posse por parte deles do nome Engenheiros do Hawaii.
Rolou a maior baixaria, com trocas de insultos e acusações de todos os lados, e depois de muita lama rolar, Carlos e Humberto ficaram com o nome.
Um guitarrista de Blues ataca no Rock Humberto descansava em Gramado quando viu no jornal a foto de uma banda gaúcha, Big Family, onde aparecia um dos músicos que achava que conhecia. Olhando melhor reconheceu o amigo de infância, Ricardo Horn, e retomou os contatos suspensos há dez anos.
Gessinger teve que vencer a resistência do velho amigo e ex-colega de primeiro e segundo graus do Colégio Anchieta. “O cara não acreditava nos convites, pensava que era brincadeira”.
O novo guitarrista Ricardo Horn, tinha pelo menos uma coisa em comum com Augusto: os dois freqüentavam o mesmo bar no bairro do Bom Fim, em Porto Alegre. No entanto trazia consigo uma formação diferente da de Augusto. Enquanto Licks trabalhava uma linha mais popular em parceria com o compositor Nei Lisboa, Horn tocava blues e jazz.
Os dois últimos Engenheiros
Os Engenheiros continuaram com a turnê de Filmes de Guerra…, quando encontram Fernando Deluqui. Recém saído do RPM, onde tocava guitarra, Fernando participa de algumas jams com o grupo e logo depois veio a ser o sexto engenheiro da história da banda.
Meses depois entra na banda Paolo Casarin, para tocar acordeon e teclados: “Eu queria um sanfoneiro, mas que não fosse um sanfoneiro sanfoneiro, queria uma pessoa que tivesse uma formação maior de teclas, e o Casarin serviu como uma luva”, justifica Humberto.
“Voltamos enfim ao início”
No fim de 1995, após dois anos sem gravar, os Engenheiros lançam Simples de Coração, um álbum diferente, com acordeom, guitarras mais pesadas e pela primeira vez traz uma música da banda que não tem a participação de Gessinger na composição: TocarO Castelo dos Destinos Cruzados.
Segundo Humberto, a partir do momento que a banda já não é mais um trio, é muito mais fácil compor e tocar, existem mais elementos pra se formar o bolo. Diz também que os Engenheiros mudaram pra não virarem cover deles mesmos, que não agüentava mais ficar no palco com um monte de pedais.
O disco foi gravado em Los Angeles, e depois de três álbuns se auto-produzindo a banda optou por uma produção gringa, que ficou a cargo de Greg Ladany.
Foi gravada também uma versão em inglês do disco, que está na mãos da BMG. O disco trouxe sucessos como TocarA promessa, TocarA Perigo, e TocarSimples de Coração.
“…do pampa o vento, violino minuano…”
Em 97 novos ventos trazem mudanças aos Engenheiros, Carlos deixou a banda para se dedicar a um novo grupo: A Irmandade. Gessinger reassumiu o nome e injetou sangue novo na Engenharia Hawaiiana. Com nova formação, agora Luciano Granja, Adal Fonseca e Lucio Dorfman, respectivamente guitarrista, baterista e tecladista, os Engenheiros voltaram com novo disco intitulado Minuano. Trazendo uma mistura de regionalismos, tecnologia, e a habitual verve das composições da banda, o disco emplacou sucessos como TocarA montanha e TocarNuvem. Produzido por Nilo Romero, o disco trouxe a participação de Kleiton Ramil (dos irmãos Kleiton & Kledir), além de uma versão de “TocarAlucinação” de Belchior.
“Tchau controles…Tchau opressão…Tchau Big Brother…Oi vida…Oi risco”
Em 1999 os Engenheiros mudam de gravadora. Saem da BMG e entram na Universal pela qual lançam o 11° disco da carreira: !Tchau radar! “Tchau Radar é um grito de libertação. Tchau controles… tchau opressão…tchau big brother…oi vida…oi risco”, define Humberto. Entre as composições de Gessinger aparecem duas versões: a primeira pra Negro amor - da original It´s all over now baby blue, de Bob Dylan, vertida por Caetano Veloso e Péricles Cavalcante e imortalizada na voz de Gal Costa, e Cruzada, de Tavinho Moura e Márcio Borges, numa versão de apenas cordas e voz. Eu que não amo você ganhou as rádios, merecendo versão acústica e vídeo clipe, do mesmo modo que Negro Amor, que também teve uma segunda versão (mais pesada) e videoclipe dirigido por Isabel Diegues.
Há mais de mil destinos em cada esquina…
10.000 destinos, um dos nomes pensados para o Tchau Radar e título da oitava canção deste disco, batizou o disco seguinte dos Engenheiros. Gravado ao vivo no Palace em março de 2001, o disco veio fazer jus à tradição dos discos ao vivo dos Engenheiros, todos gravados a cada três discos de estúdio. Os hits ganharam novas versões, como TocarToda forma de poder e TocarRefrão de bolero acompanhadas por Renato Borghetti. Rádio pirata, do RPM, e Quando o carnaval chegar, de Chico Buarque também ganharam versões, mas desta vez em estúdio, acompanhadas das duas inéditas Números e Novos horizontes. “Dos dez mil possíveis destinos de uma canção, no show se escolhe um…quase nunca perfeito tecnicamente, mas sempre com a força e emoção da vida real, sem retoques. Correr este risco é maravilhoso.” Revela Humberto.
Ainda na turnê 10.000 destinos - a maior da história da banda - os engenheiros voltam ao palco do Rock in Rio para fazer um dos últimos shows da formação Gessinger, Fonseca, Granja & Dorfman que anunciam seu afastamento da banda para dedicarem-se ao projeto Massa Crítica.
De um primeiro encontro no palco do Rock in Rio, Paulinho Galvão, na ocasião acompanhando Paulo Ricardo, assume a guitarra dos engenheiros, mas desta vez não sozinho. Humberto, depois de 14 anos responsável pelo baixo da banda, volta às guitarras. “Os guitarristas nunca protegeram a minha voz, tô atrás de abrigo pra ela” diz Humberto. Juntam-se ainda ao grupo Bernardo Fonseca e Gláucio Ayala. “Gláucio toca bateria e faz os vocais de apoio nos shows. Além da competência musical, é o cara de melhor astral com quem já toquei. No baixo, Bernardo Fonseca. Apesar de ser o mais jovem, ficou com a parte mais delicada, já que era meu este território desde o segundo disco da banda. Em pouco tempo ele conseguiu achar a medida certa entre a tradição da engenharia hawaiiana e a personalidade própria. Freqüentemente me esqueço que já toquei baixo naquelas músicas.”

10.001 destinos
Pra selar os novos tempos sai 10.001 Destinos, uma edição especial revista de 10.000 destinos dando prosseguimento à maior coletânea dos Engenheiros já lançada, completando 26 músicas em 2 discos. A capa com novas cores e a apresentação dos novos integrantes adicionam um sabor a mais, e especial, ao disco original: 16 músicas gravadas ao vivo no Palace, mais 4 feitas em estúdio. Com as 7 novas em estúdio, 10.001 Destinos soma Lado A e Lado B, sucessos e canções referenciais dos Engenheiros.

Acústico MTV
Depois de dois discos de estúdio com essa nova formação (Surfando Karmas & DNA, de 2002, e Dançando No Campo Minado, de 2003), a banda cede e resolve gravar um Acústico MTV. O disco traz releituras de toda a carreira da banda e duas inéditas: Armas químicas e poemas e Outras frequências.
Mais acústico…
Considerado um tiro no pé por alguns fãs, logo após o Acústico MTV, a banda resolve lançar, em 2007, um novo disco acústico, chamado Novos Horizontes. O disco tem, além de sucessos que ficaram de fora do primeiro acústico, 9 canções inéditas. O guitarrista Fernando Aranha (que já havia participado do Acústico MTV e de sua turnê) e o tecladista Pedro Augusto (que tocou durante a turnê do último disco) se tornam membros oficiais dos Engenheiros.
Atividades interrompidas
Junto com a turnê terminam, pelo menos temporariamente, as atividades dos os Engenheiros do Hawaii. O vocalista e líder da banda, Humberto Gessinger declarou no site oficial da banda que os planos de retorno da banda são somente no ano de 2010, quando serão comemorados os 25 anos dos Engenheiros. E nada aconteceu...
Neste intervalo, Gessinger se dedicará ao Pouca Vogal, parceria com Duca Leindecker, vocalista do Cidadão Quem. Juntos eles cantam novas baladas e grandes sucessos de suas bandas.



Cartoon


Banda formada em 1995 em Minas Gerais, que já produziu, de forma independente, três discos completamente autorais. Os lançamentos dos CDs, somados às exóticas apresentações da banda, seu carisma, além do grande virtuosismo instrumental e vocal dos músicos, renderam o reconhecimento do público e da crítica, que elegeram a banda como uma das principais representantes do Rock Progressivo no Brasil atualmente.
O som do Cartoon traz a combinação perfeita entre inúmeros estilos musicais, tais como o Rock, a música clássica, a música brasileira e indiana, o blues, o Jazz e o folk, entre outros... Tudo isso soando harmoniosamente, como se o mundo imprevisível dos desenhos animados ganhasse vida através da música. Essa combinação, às vezes difícil de rotular, tem conquistado pessoas de todas as idades e nacionalidades, talvez devido a universalidade da mensagem e da música que a banda produz.

O primeiro disco do grupo foi lançado em 1999 e denominado “Martelo”. Neste CD, a banda utilizou uma estética fora dos padrões musicais de sua época (mesclando o rock com elementos da música clássica, samba, jazz e música indiana), inovando também no que diz respeito às letras e encarte, que exploram com muita criatividade um conceito místico e bem humorado.

A segunda obra, lançada em 2002 em um memorável show com lotação esgotada no Grande Teatro do Palácio das Artes, é intitulada “Bigorna” e foi concebida sob o formato de uma autêntica Ópera Rock (com direito a libreto em formato de gibi no show de lançamento). Considerada a primeira obra do gênero a ser produzida no Brasil, essa Ópera Rock conta “A Verdadeira História do Rei Arthur e os cavaleiros da Távola redonda” sob o inusitado ponto de vista do Cartoon. Esse disco lançou a banda em definitivo no mercado mundial, rendendo ótimas críticas em sites e revistas especializados de todo o mundo, além dos prêmios de melhor disco e melhor banda de 2002 no site Rock Progressivo Brasil, tanto na escolha do site como na escolha do público.

O terceiro CD, recentemente lançado (abril de 2008), chama-se “Estribo” e finaliza a trilogia que lida com os três ossículos responsáveis pela audição humana. A idéia central desse novo trabalho gira em torno das emoções e conflitos de um jovem músico que, assim como Beethoven, fica surdo devido à paralisia de um minúsculo osso do ouvido chamado Estribo! O isolamento e o sofrimento causados pela surdez, o levam então, a questionar toda sua existência e a empreender uma viagem fantástica, onde, a cada passo, ele supera seus medos e dificuldades em direção a um glorioso final.
O disco vem recebendo ótimas críticas e sendo considerado por muitos como o melhor e mais maduro trabalho do grupo.
( Site oficial - www.bandacartoon.com.br )



Genesis


Uma das mais importantes bandas da história do rock, e possivelmente a mais importante do rock progressivo. Muita gente conhece o Genesis apenas através de alguns discos mais recentes, como Invisible Touch, mas a história do grupo é vasta e intensa. Dentro de um gênero como o rock progressivo, caracterizado pela complexidade das músicas, e (talvez por isso) pela diversidade de opiniões do público, o Genesis é uma das poucas unanimidades entre os admiradores do gênero. 


O Genesis surgiu em meados de 1967, em uma escola inglesa chamada Charterhouse. Haviam 2 bandas formadas por estudantes desta escola tocando na época : The Anon e Garden Wall. O Anon era formado por Richard Macphail (vocais), Anthony Phllips (guitarra solo), Michael Rutherford (guitarra base), Rivers Job (baixo) e Rob Tyrrell (bateria). Seu repertório consistia em covers de Beatles e Rolling Stones, além de algumas raras composições inéditas. O Garden Wall era formado por Tony Banks (teclados), Peter Gabriel (vocais) e Chris Stewart (bateria). 


A semente embrionária do que seria o Genesis foi plantada no concerto do fim deste ano, quando o Garden Wall fez seu último show, contando com Job no baixo e Phillips na guitarra. Após isto, Phillips e Rutherford decidiram continuar tocando juntos, e chamaram Tony Banks para tocar com eles. 


A idéia inicial é que o vocalista seria Phillips. Porém, após se juntar a ele e a Rutherford, Banks os convenceu a convocar Gabriel para vocalista, alegando que este tinha uma voz melhor. O tempo mostrou que Banks tinha inteira razão. 


Os quatro, então, se juntaram, e gravaram a sua primeira fita demo. Há controvérsias a respeito da formação exata do grupo nesta época : fontes afirmam que Peter Gabriel, além de vocalista, também era o baterista do grupo nestes primeiros dias; enquanto há quem diga que Chris Stewart é quem tocava bateria. 


O que se sabe é que a 1ª fita demo chegou às mãos de Johnattan King, produtor ligado à gravadora Decca. King também tinha sido aluno de Charterhouse, e tinha amigos em comum com os músicos. A fita continha as seguintes músicas : That's Me, Listen on 5, Don't Wash Your Back, Try a Little Sadness, She's Beautiful, e Patricia. A fita impressionou Johnattan, que pediu aos músicos uma outra demo, mais bem trabalhada. 


Nesta 2ª fita, gravada com mais recursos, eles regravaram She's Beautiful e Try a Little Sadness, e acrescentaram Where the Sour Turns to Sweet e The Image Blown Out. Posteriormente, uma 3ª demo seria gravada, contendo, entre outras músicas, The Silent Sun, uma composição bem no estilo dos Bee Gees da época, banda que King admirava. Com isto, os músicos conseguiram um contrato, e em janeiro e abril de 68 foram lançados seus dois primeiros compactos : The Silent Sun/That's Me, e A Winter's Tale/One Eyed Hound. Estes compactos repercutiram muito pouco na época, apesar de sua sonoridade interessante (algo como o rock dos anos 60, na linha Bee Gees, Herman's Hermits). 


Um detalhe : nestes compactos, estava com eles Chris Stewart na bateria. Se isso praticamente descarta a possibilidade de Peter Gabriel ter tocado o instrumento no início, outro dado surgiria mais de 30 anos depois para reacender a dúvida : uma das gravações da 1ª fita demo do grupo, Patricia, reapareceu na caixa Genesis Archive 1967/1975, lançada recentemente. Os registros da época apontam que só haviam 4 pessoas na gravação : Gabriel, Banks, Phillips e Rutherford. Pois bem, na gravação de Patricia, percebe-se claramente a presença de uma bateria. Quem a teria tocado ? 


Dúvidas a parte, o grupo segue, já com um novo baterista, John Silver, e grava o seu primeiro LP, que seria intitulado From Genesis to Revelation, com King na mesa de produção. Na época em que as gravações foram concluídas, um fato por demais curioso aconteceu : a gravadora Decca descobriu que havia na América um outro grupo chamado Genesis, e começou a pressionar King para mudar o nome do grupo. 


O disco acabou sendo lançado sem nome definido para a banda. Um dos poucos casos na história da música em que um disco tinha nome, mas o artista não. Na capa aparecia apenas "From Genesis to Revelation". E no encarte, uma nota explicava a confusa situação : 


"Agora somos um grupo sem nome, mas temos um disco e queremos distribuí-los para vocês, com ou sem nome". 


A capa (fundo marrom com apenas o nome do disco em cor mais clara) e a sonoridade do disco (letras tão reflexivas que beiravam a temática bíblica, e o som coberto por uma orquestra que foi acrescentada à última hora, e que acabou ofuscando os instrumentos do próprio grupo), fizeram com que grande parte dos lojistas o colocasse na seção de discos religiosos. 


Segundo registros da época, o disco vendeu pouco mais de 600 cópias, um fracasso total, que fez com que John Silver deixasse o grupo, e que eles rompessem com Jonattan King. A orquestra que foi acrescentada nas gravações, decepcionou completamente os músicos, que praticamente não reconheceram no disco as músicas que eles próprios haviam gravado. O grupo parecia não ter futuro, e os pais dos músicos os pressionavam para continuar os estudos. Tudo caminhava para a dissolvição da banda. 




Pois quando menos se esperava, começou a grande virada. Durante o ano de 1969 e o início de 1970 , o grupo recrutou um novo baterista, John Mayhew; os músicos abandonaram os estudos, e passaram meses reunidos, apenas tocando juntos e compondo. Neste mesmo período, Richard MacPhail, antigo amigo e ex-vocalista do Anon, reapareceu e assumiu o papel de empresário do grupo. 


Aos poucos, alguns shows em pequenos clubes foram sendo realizados. Neles, o público pode começar a conhecer a nova face do Genesis. Os músicos se projetavam mais, e já executavam vários instrumentos. Peter Gabriel começou a tocar flauta, acordeon e percussões. Phillips e Rutheford tocavam vários instrumentos de corda, entre os quais o dulcimer, de onde Phillips tirava melodias maravilhosas. 


As novas composições mostravam um amadurecimento assustador : temas longos, melodiosos, e repletos de belas harmonias. Era o rock progressivo, que surgiu no final dos anos 60, e rapidamente tomava conta da Inglaterra. O Genesis começava a se mostrar como um exemplo perfeito deste novo estilo, e acabou despertando o interesse de uma nova e grande gravadora que surgia : The Famous Charisma Label. 


Especializada em rock progressivo, a gravadora crescia rapidamente, e já tinha em seu cast grupos como Van Der Graaf Generator. Pessoas ligadas à Charisma assistiram alguns dos shows do Genesis, e se encantaram. Contrato assinado, os músicos entram em estúdio e gravam o seu 2º disco : Trespass. 


O disco é bastante elogiado pela crítica, e atrai a atenção do público para o grupo. Muitos consideram este o verdadeiro começo da banda, por se tratar do 1º disco em que aparece o som que os consagrou : temas longos progressivos, com vários climas e solos de teclados, guitarras e flautas. Belos vocais de Gabriel. Tudo combinava com perfeição. Havia uma magia por trás das canções. 


A banda começava a crescer, e nessa época, Phillips e Mayhew saem. A saída de Mayhew não foi muito sentida, mas a de Phillips causou preocupação, pois este era uma das figuras mais importantes do grupo. 


No lugar de Phillips, entrou Steve Hacket; e no de Mayhew, Phill Collins. Ambas as escolhas foram mais que satisfatórias, e a partir daí a banda continuou a crescer, e entraria naquela que é considerada a melhor fase de sua carreira. 


Após a bem sucedida turnê de Trespass, o grupo volta ao estúdio em 1971, e grava Nursery Cryme. O álbum é aclamado por público e crítica, graças à magia de seus temas. Steve Hacket se mostra um mestre na guitarra, e Phil Collins, um monstro na bateria, além de um perfeito backing vocal, devido à semelhança de sua voz com a de Gabriel. 


O disco tinha clássicos como The Return of the Giant Hogweed, The Fountain of Salmacis, e a magistral Musical Box, considerada por muitos a melhor música de toda a carreira da banda. 


O som do Genesis já começava a conquistar adeptos fora da Grã-Bretanha, e chegar à América. Em 1972, eles lançam um novo álbum : Foxtrot, e mais ou menos nesta época, Peter Gabriel lança mão de um recurso que os tiraria de vez do anonimato. Ele passa a representar no palco os personagens das canções do grupo, usando fantasias e máscaras. 


Os shows passaram a contar então com as representações teatrais, que combinavam com as músicas e criavam uma atmosfera única. A partir daí, o Genesis se transformou quase numa religião, e passou a ser idolatrado por seu público, que aumentava cada vez mais. 


No início de 73, sai o 1º disco ao vivo, o excelente Genesis Live, que inclui clássicos como Watcher of the Skies e Musical Box, em belas interpretações. 


Ainda neste ano, lançam Selling England by the Pound, um dos melhores álbuns da carreira da banda, com músicas como Dancing With the Moonlit Knight, Firth to Fifth, Cinema Show, e I Know What I Like, que se tornou o maior sucesso do grupo na época. 


A popularidade do Genesis só crescia, eles lideravam o movimento progressivo, que estava no seu auge, ao lado de King Crimson, Yes, Pink Floyd e outras grandes bandas da época. Em 74, seria lançado The Lamb Lies Down on Broadway, um álbum duplo conceitual, contando uma história surreal, a saga do portoriquenho Rael. Outro clássico absoluto. 


A turnê de divulgação foi gigantesca, e nela todo o disco era tocado na íntegra, sempre acompanhado das representações de Gabriel. O sucesso, mais uma vez, foi absoluto, mas dentro da banda as coisas não corriam muito bem. Comenta-se que Gabriel queria realizar trabalhos diferentes do que o Genesis vinha fazendo. E os seus companheiros, por outro lado, já se mostravam descontentes com o formato dos shows, que concentrava todas as atenções em torno de Gabriel. Além disso, achavam que aquilo já estava ficando cansativo. 


Em meio às divergências, explodiu a bomba : Peter Gabriel estava deixando o Genesis. O público entrou em pânico. Como poderia acontecer uma coisa assim ? O que seria do Genesis sem sua principal figura ? O que iria acontecer ? 


O fato é que, em meados de 75, Peter Gabriel saiu em definitivo. E pouco tempo depois, o guitarrista Steve Hacket lançaria um disco solo, muito elogiado, que aumentaram os temores de uma possível separação do grupo. 


Mas eles seguiriam em frente. No início, sentiram uma enorme insegurança. Mas aos poucos, foram assimilando a perda de seu líder, e aproveitando a chance para mostrar um pouco mais de cada um, pois o último disco foi concebido em sua maioria por Peter. 


Inicialmente, procuraram outro vocalista para substituir Peter Gabriel. O novo disco já estava praticamente pronto, e Phil Collins faria o vocal principal em algumas músicas (entre elas Squonk), enquanto as demais ficariam a cargo do novo cantor. Mas eles acabaram não chegando a ninguém. Phil cantava as músicas melhor do que todos os candidatos. 


Então foi decidido que Phil Collins mesmo passaria a ser o vocalista. Nos shows, a banda teria um baterista contratado, enquanto que no estúdio Phil faria os dois papéis. 


Os temores que restavam em relação ao grupo se foram com o lançamento do novo disco. A Trick of the Tail, lançado no início de 76, agradou em cheio os fãs, pois as músicas continuavam muito boas, seguindo a linha progressiva da banda (com exceção talvez da faixa título). E Phil comprovou sua eficiência, com vocais fortes e bonitos. Além disso, sua voz é semelhante à de Peter, assim o público respirou aliviado. 


Nos primeiros shows, o baterista era nada mais nada menos do que Bill Bruford, ex-Yes e ex-King Crimson, considerado um dos melhores bateristas do mundo na época. Mais tarde ele seria substituído por Chester Thompson. 


Ainda em 76, foi lançado um dos melhores discos do Genesis : Wind and Wuthering. Um show de belas melodias, onde se destacam mais ainda os teclados de Tony Banks, além da competência habitual do grupo. Um disco indispensável para os fãs. 


E em 77, viria a público o duplo ao vivo Second's Out, com a turnê de 76, que entre outros destaques, tinha o clássico Supper's Ready, cantado com maestria por Phil Collins, que conquistou aí a confiança dos fãs de vez. Porém este disco acabou sendo o último com Steve Hacket, que deixaria o grupo logo depois. 


A partir daí, eles decidiram continuar como um trio. Mike Rutheford ficou encarregado das guitarras e baixo, e a partir daí o som do grupo mudaria bastante. A saída de Steve foi a gota d'água para a mudança do estilo, e a falta que fez foi evidente. Desde então, o Genesis deixou o progressivo de lado, dando lugar a um som mais simples, mais pop. 


Em 1978, sairia o novo álbum, ...And Then There Were Three. As músicas, em sua maioria, eram mais simples, embora ainda houvesse um resto do clima progressivo em músicas como Burning Rope. Agora, a instrumental era muito mais concentrada nos teclados de Banks, pois Mike, como guitarrista, era bastante limitado. Este álbum trouxe o sucesso Follow You Follow Me. 


Os shows ainda tinham belos momentos. Um guitarrista convidado, Daryl Stuemer, passou a excursionar com o grupo, e se mostrou excelente na função, executando com inegável competência as intervenções de Steve Hacket. 


A partir dos anos 80, Phil Collins praticamente tomou para si as rédeas do grupo, e o som passou definitivamente para o formato pop. Ele começou nesta época uma carreira solo das mais bem sucedidas, e hoje em dia chega a ser mais conhecido do que o próprio Genesis. Sua carreira solo caminhava em paralelo com o Genesis, e a sonoridade de ambos era bem semelhante. 


Os discos que sairam a partir de 1980, se por um lado abandonaram o som dos anos 70, por outro encontraram uma fórmula que os lançou às rádios, e aumentou bastante as vendas. O Genesis seguiu em frente, e conquistou um novo público. O LP Duke, de 1980, trouxe o sucesso Misundertanding, e surpreendeu, entre outras coisas, pelo grande número de músicas que tinha : 12, um número bem maior do que nos discos anteriores, que possuíam por volta de 6 músicas (dada a longa duração delas, e seus arranjos complexos). 


Seguiram até 86, lançando Abacab, Genesis, 3 Sides Live (o 3º ao vivo do grupo) e Invisible Touch. Este último se tornou o mais famoso álbum do grupo, coincidentemente lançado na mesma época em que seu ex-vocalista Peter Gabriel lançou seu disco solo de maior sucesso, So. Invisible Touch foi sucesso absoluto, um dos clips (Land of Confusion) ganhou até um Grammy, e além dela, Into Deep, Tonight Tonight Tonight, Throwing it All Away, e principalmente a faixa título se tornaram algumas das músicas mais famosas do grupo. 


Foi o sucesso deste disco que fez muita gente classificar o Genesis como uma banda pop, e até hoje é assim que muita gente pensa, pois a fase antiga do grupo não teve na mídia a mesma repercussão, o mesmo sucesso dos trabalhos mais recentes. 


Depois deste disco, o grupo parou por vários anos. Voltaria só nos anos 90, lançando We Can´t Dance, que agradou não só os fãs mais recentes, como também obteve elogios de alguns fãs antigos, devido a composições como Fading Lights, que lembrava os tempos progressivos do grupo. Uma imensa turnê se seguiu, e dela surgiram 2 discos ao vivo : The Way We Walk 1 & 2. Um trazia as faixas mais pop, e o outro, os trabalhos mais progressivos, as faixas mais longas. 


A longa parada até o lançamento deste disco mostrou claramente o desgaste do grupo, e o sucesso de Phil Collins como artista solo o fez relegar a banda a 2º plano. Em 96, o inevitável aconteceu : Phil deixou definitivamente a banda. 


Tony e Mike seguiram em frente, e recrutaram um novo vocalista : o escocês Ray Wilson. Um novo disco foi lançado, chamado Calling All Stations. Este disco agradou a muitos fãs antigos, pois ensaiava um retorno ao som progressivo dos anos 70, deixando de lado a temática excessivamente pop dos últimos trabalhos. Só que o disco carecia de uma melhor produção, e o público não aceitou bem a saída de Phil Collins. O disco não vendeu o que se esperava, principalmente nos Estados Unidos. 


Após uma rápida turnê, Ray Wilson começou a trabalhar em seu disco solo. E logo a seguir, um novo projeto começou a mexer com a cabeça de todos, do público aos próprios membros do Genesis: uma caixa de 4 CDs, cobrindo a 1ª fase da banda, estava sendo preparada. A caixa iria incluir material antigo, faixas inéditas, e diversas gravações ao vivo, entre elas um concerto onde o álbum The Lamb Lies Down on Broadway era tocado na íntegra. 


Começou então uma série de boatos e debates sobre a possibilidade da volta da formação clássica do grupo (Peter Gabriel, Steve Hackett, Tony Banks, Mike Rutheford e Phil Collins). As espectativas em torno da caixa eram imensas, e no meio disto tudo dois fatos quase enlouqueceram os fãs. O 1º foi a notícia de que foi feita uma regravação de Carpet Crawlers, na qual os 5 músicos participaram. A outra foi uma declaração de Phil Collins, que disse que, se Peter Gabriel aceitasse reassumir os vocais do Genesis numa eventual turnê de reunião, ele retornaria com prazer, como baterista. 


Porém, até agora isto não aconteceu. A caixa foi lançada em fins de 1998, intitulada "Genesis Archive :1967-1975". Um pacote indispensável para qualquer fã antigo da banda que se preze, este álbum, além da apresentação ao vivo de "The Lamb..." na íntegra, ainda possui versões ao vivo de clássicos como Dancing With the Moonlit Knight, Firth to Fifth, Supper's Ready e Stagnation. E ainda possui uma série de músicas inéditas, entre as quais se destacam The Shepherd, Pacidy, Twilight Alehouse, Let us Now Make Love e Patricia, dentre muitas outras. 


No ano seguinte, sairia uma coletânea do grupo : "Turn it on Again", com os maiores sucessos. Encerrando o CD, apareceu a tão falada regravação de Carpet Crawlers, onde Peter Gabriel reaparece nos vocais, Steve Hackett na guitarra, e Phil Collins na bateria, e também cantando um trecho da música. Por enquanto é tudo que se tem em termos de reunião da formação clássica. Os fãs torcem por boas notícias, e esperam uma nova revelação. 

(fase Peter Gabriel)






sábado, 16 de março de 2013

Ressuscitando o Bolg

Faaaaala povão, estou ressuscitando o blog para alegria de todos, só que com uma diferença, a partir de agora todos os links dos posts serão em torrent, além de ser mais fácil de achar para compartilhar traz uma comodidade maior para se fazer os downloads. Quem tiver afim de postar no blog também entre em contato para gente  trocar uma ideia. No mais é isso, varias discografias estarei colocando torrent eu mesmo dos meus próprios arquivos, então baixem e ajudem a semear... Abrao galera.


Link para baixar gerenciador de torrent:

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

SexTrash

 Sextrash é uma banda brasileira de Death Metal formada em 87 em Belo Horizonte pelo Ex-baterista do Sarcófago D.D.Crazy, junto com Oswald Scheid nos vocais, Tommy Simmons no Baixo e Damned Sentry na Guitarra. Com essa formação lendária e pesada, lançaram o compacto "XXX" pela gravadora francesa Maggot Records, chegando ao quinto lugar no playlist da revista inglesa Metal Forces. Em setembro de 1990 assinaram com a gravadora Cogumelo Records e lançaram seu primeiro LP, "Sexual Carnage”um clássico , que marcou o Thrash Metal nacional com um som pesado e cru.Em setembro de 92, lançam o segundo LP, "Funeral Serenade", já com uma formação diferente, e mostram nas musicas uma grande evolução técnica, chegando a ser considerado como "techno-death metal" por críticos e fãs no exterior e no Brasil. Com este disco fizeram sua primeira grande turnê nacional e se consolidaram como uma das melhores bandas de death metal brasileiras. Abusando de temas anti-moralistas em suas letras, "Funeral Serenade" traduz as idéias e a visão do Sextrash, mesclando fantasias com a realidade do mundo em que vivemos.

Em 97 a banda teve um trágico fim com a morte de um dos fundadores e também um dos mais carismáticos vocalistas do metal nacional, Oswald Scheid.

Em 2003, outro fundador da banda, o baixista Tommy Simmons ( Krueger) resolve, juntamente com outro remanescente da banda, o guitarrista Marck (da formação do Funeral Serenade), voltar as atividades. Chamam então Doom, antigo guitarrista da banda Brutal Distortion, para assumir os vocais e guitarras base, e Quake para a bateria. Com muita vontade, músicos mais experientes, gravam no final de 2005 o grande CD de volta da banda, "Rape from hell" que resgata o verdadeiro Sextrash, trazendo em suas musicas a mesma brutalidade de sempre. Este disco com certeza irá marcar uma nova época na vida do Sextrash.







sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Symbols

A banda paulista Symbols foi formada em meados de 1997 por músicos de diferentes bandas do cenário undergroud brasileiro. Baseado no rock'roll em sua essência e a outros estilos musicais a banda vem adquirindo uma ótima aceitação e um grande respeito por parte do público e da mídia.

Tudo começou quando Rodrigo Arjonas convidou Marcelo Panzardi para entrar em sua antiga banda que, por sua vez, possuía um estilo próximo ao da Symbols. Com o tempo, Rodrigo e Marcelo viram que a banda precisava de um frontman mais a altura de seus ideais - foi assim que Rodrigo chamou Tito Falaschi para entrar nos vocais. A banda assim foi passando por um período de renovações até serem chamados Demian Tiguez (para a guitarra) e Rodrigo Mello(para a bateria). Com o bom rendimento Rodrigo Arjonas resolveu investir em um trabalho profissional gravando um CD. Com a gravação do CD marcada, Tito Falaschi convidou seu irmão Edu Falaschi para fazer uma participação em uma das músicas. Com a boa performance de Edu Falaschi, seu irmão Tito teve a idéia do Symbols passar a ter dois vocalistas solo. Com a ótima aceitação por toda a banda, Eduardo Falaschi passou a fazer parte da banda. Com esta formação lançaram um primeiro CD, auto-entitulado, em 1998. Em 2000 sairia o segundo CD, "Call To The End", com excelentes vendas, inclusive no exterior.

Já tendo sido um dos finalistas para a escolha do novo vocalista do Iron Maiden quando da saída de Bruce Dickinson, a competência de Edu Falaschi lhe gerou no ano de 2000 um convite para integrar a banda Angra após a saída do vocalista André Matos. Convite aceito, o Symbols se viu desfalcado de seu frontman. Pouco depois Tito e Arjonas viriam a também abandonar a banda.
Demian Tiguez assumiu o desafio de substituir a voz de Falaschi, e juntamente com Rodrigo Mello e os novos integrantes, Cezar Talarico (ex-Dragster, baixo) e Fabrízio DiSarno

Em 2005, com Demian Tiguez à frente da banda, como único remanescente da formação original,o Symbols lança seu terceiro álbum de estúdio, intitulado Faces. O álbum apresenta a mesma essência heavy metal dos anteriores, com pequenas pitadas de Hard Rock. O álbum vem com uma faixa bônus com participação especial de Edu Falaschi nos vocais.

Links:
1998 - Symbols
2000 - Call to the End
2004 - Faces

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Electric Light Orchestra

Electric Light Orchestra foi uma banda de rock britânica dos anos 70 e 80.
Depois de várias mudanças na formação, o grupo alcançou sucesso no final dos anos 70 com ajuda da música disco. Com o fim da ELO em 1986, seu líder Jeff Lynne autorizou que uma versão da banda com ex-integrantes fosse formada em 1990. O grupo foi chamado Electric Light Orchestra Part Two, lançando dois álbuns de pouca repercussão durante os anos 90.

Jeff Lynne reformulou a banda e retornou com a Electric Light Orchestra em 2001.
Apesar de singles de sucesso no início, no Reino Unido, a banda foi inicialmente mais bem-sucedido nos Estados Unidos, anunciado como "Os caras ingleses com os violinos grandes". Eles logo ganharam status de cult depois apesar das críticas mornas de volta em seu país natal no Reino Unido. Em meados da década de 1970, eles haviam se tornado uma das maiores bandas de venda no mundo. De 1972 a 1986, a ELO acumulou 27 Top 40 singles de sucesso no Reino Unido e nos EUA. O grupo também detém o recorde de ter mais Billboard Hot 100 Top 40 hits do que qualquer outra banda na história dos EUA sem nunca ter um número único.
ELO recolheu um mínimo de 19 CRIA, 21 RIAA e 38 BPI prêmios, e vendeu mais de 50 milhões de álbuns no mundo inteiro durante o período ativo.

História.
Nascimento da Banda.

No final dos anos 60, Roy Wood, guitarrista, vocalista e compositor do The Move, teve a idéia de formar uma nova banda que iria usar violinos, violoncelos, contrabaixos, metais e madeiras para dar a sua música um clássico som, tendo a música rock em sentido "que os Beatles tinham deixado". Jeff Lynne, líder do grupo de Birmingham The Idle Race, estava animado com o conceito. Em janeiro de 1970, quando Carl Wayne deixou The Move, Jeff Lynne aceitou convite de Roy Wood segundo para entrar na banda sob a condição de que eles concentrariam a sua energia no novo projeto.

Em 12 de Julho de 1970, quando Wood acrescentou violoncelos múltiplos para uma canção escrita por Lynne se iniciou o novo conceito "10538 Overture" se tornou a primeira música da Electric Light Orchestra. Para ajudar a financiar a banda novata, mais dois álbuns foram lançados da The Move durante as gravações ELO. O álbum de estréia resultante The Electric Light Orchestra foi lançado em 1971. (Foi lançado nos Estados Unidos em 1972 como "No Answer, sendo o nome escolhido por um secretário da gravadora que tentou ligar para a empresa britânica e obter o nome do álbum - já que eles foram incapazes de manter contato, ele deixou um bilhete dizendo: "Sem resposta" e é assim que o álbum se tornou nomeado os EUA) "10538 Overture" se tornou um hit top-ten no Reino Unido. Jeff Lynne, Roy Wood, e Bev Bevan foram os membros iniciais da Electric Light Orchestra. Eles se juntaram em 1971 com Bill Hunt (teclados) e Steve Woolam (violino).

O primeiro concerto de ELO teve lugar em 15 de abril de 1972 no The & Hound's Pub Fox em Croydon, Reino Unido com um line-up de Roy Wood, Jeff Lynne, Bev Bevan, Bill Hunt (chifres, teclados), Wilfred Gibson (violino), Hugh McDowell (violoncello), Mike Edwards, Andy Craig (violoncelo) e Richard Tandy no baixo.

No entanto, logo surgiram tensões entre Wood e Lynne, devido a problemas com a gerência. Entre as gravações para o segundo LP da banda, Wood deixou a banda, levando os violoncelistas McDowell e Hunt com ele para formar a banda Wizzard. Apesar das previsões da imprensa da música que a banda iria dobrar sem Wood, que tinha sido a força matriz por trás da criação da ELO, Lynne intensificou a liderar a banda, com Bev Bevan restante na bateria, acompanhado por Gibson, Richard Tandy (agora em diante o sintetizador Moog), Mike de Albuquerque no baixo e vocais e Mike Edwards e Colin Walker nos violoncelos.

A banda lançou seu segundo álbum, ELO 2 em 1973, que produziu seu primeiro single gráfico nos EUA com uma versão extremamente elaborada do clássico de Chuck Berry "Roll Over Beethoven". ELO também fez sua primeira aparição no American Coreto.

Durante a gravação do terceiro álbum, Gibson foi demitido depois de um disputa por dinheiro e Walker deixou a turnê por ter ficado longe de sua família por muito tempo. Mik Kaminski ingressou como violinista, mantendo-se o violoncelista Edwards e McDowell, que voltou para a ELO. O álbum lançado chamado "On The Third Day", foi lançado no final de 1973, com a versão americana com o sucesso "Showdown", juntamente com uma fotografia incomum, tirada pelo famoso fotógrafo Richard Avedon , que tinha os integrantes expondo seus umbigos.

Sucesso Mundial.
Para o quarto álbum Eldorado: A Symphony By The Electric Light Orchestra, um álbum conceitual sobre um sonhador, Lynne foi finalmente capaz de parar de fazer overdub dos violinos e violoncelos, e contratar uma orquestra de boa qualidade e um coro. Louis Clark se juntou à banda como arranjador de cordas. O primeiro single do álbum, "Can't Get It Out of My Head", tornou-se a primeira música do grupo a atingir o Top 10 da revista americana Billboard, e Eldorado (assim simplesmente chamado) tornou-se o primeiro disco de ouro do grupo.

Após o lançamento de Eldorado, o baixista e vocalista Kelly Groucutt e o violoncelista Melvyn Gale se juntaram ao grupo, em substituição de Albuquerque (que, como Walker, antes dele, saiu porque ficava longe de sua família por muito tempo) e Edwards, respectivamente. A partir daí a banda começou a tocar um som mais acessível. ELO tornou-se sucesso nos Estados Unidos neste momento e o grupo foi a atração realizando grandes shows em estádios e nas arenas do circuito, assim como regularmente aparecendo em The Midnight Special (1973, 1975, 1976 e 1977) mais do que qualquer outra banda na história, com quatro participações.

Face The Music foi lançado em 1975, produzindo os hits "Evil Woman" e "Strange Magic". A abertura instrumental de "Fire On High", com sua mistura de cordas e violões acústicos em chamas, serviu como música de fundo na série CBS Sports Spectacular, embora a maioria dos espectadores não tivesse ideia da origem da música. O grupo fez vários shows de 03 de fevereiro até 13 de abril de 1976 promovendo o álbum nos EUA, tocando 68 shows em 76 dias. Foi na turnê americana da ELO que estreou o uso de lasers coloridos.

Apesar do reconhecimento e do sucesso que gozavam nos Estados Unidos, ainda eram ignorados no Reino Unido até que seu sexto álbum, A New World Record, atingiu o Top 10 em 1976. Ela continha os hits "Livin 'Thing", "Telephone Line", "Rockaria!" e "Do Ya", uma regravação de uma música da The Move. A banda fez uma turnê de apoio nos EUA, de outubro de 1976 a abril 1977, com uma pausa em dezembro. Em seguida, uma aparição no American Music Award, em 31 de Janeiro de 1977, além de um show em um largo de San Diego em agosto de 1977

A New World Record foi seguido por um álbum de venda multi-platina, o duplo LP Out of the Blue, em 1977. Out of the Blue apresentava os singles "Turn to Stone", "Sweet Talkin' Woman", "Mr. Blue Sky" e "Wild West Hero", cada um se tornando um hit no Reino Unido. A banda então partiu em um mês, com um conjunto enorme e uma enorme nave espacial no palco com máquinas de nevoeiro e um laser de exibição. Nos Estados Unidos, os shows eram tarifados como "The Big Night" e foram suas maiores turnês até hoje, chegando a colocar 80.000 pessoas no Cleveland Stadium. "The Big Night" passou a se tornar a maior bilheteria de concerto ao vivo da história da música até aquele ponto. Durante a turnê a banda também tocou na Wembley Arena por 8 noites seguidas com casa lotada, estabelecendo, assim, mais um recorde na época. O primeiro desses shows foi gravado e televisionado e, mais tarde, lançado como um CD e DVD.

Em 1979 foi lançado o álbum multi-platina Discovery. Embora o maior hit do álbum (e de maior sucesso global da ELO) tenha sido o rock "Don't Bring Me Down", o álbum foi notado por sua pesada influência disco. Discovery também produziu os hits "Shine a Little Love", "Last Train to London", "Confusion" e "The Diary of Horace Wimp".

A Electric Light Orchestra encerrou o ano de 1979 com a maior venda no Reino Unido. ELO tinha atingido o auge de sua fama, vendendo milhões de álbuns e singles.

Em 1980, Jeff Lynne foi convidado a escrever para a trilha sonora do filme musical Xanadu, com a outra metade escrita por John Farrar e executada pela estrela do filme, Olivia Newton-John. O filme foi fraco em desempenho nas bilheterias, mas a trilha sonora foi excepcionalmente bem, acabou indo para platina dupla. O álbum gerou dois singles de Newton-John ("Magic", # 1 nos Estados Unidos, e "Suddenly", com Cliff Richard) e ELO ("I'm Alive", que ganhou disco de ouro, "All Over the World" e "Don't Walk Away"). A faixa-título foi realizada por ambos: Newton-John e ELO chamada "Xanadu". Foi transformada em um surpreendente sucesso da Broadway Musical, que abriu em 10 de Julho de 2007 no Helen Hayes Theatre de maneira uniforme e recebeu boas críticas, quatro Tony Award nomeações.The Electric Light Orchestra Story foi um livro de Bev Bevan com suas memórias de seus primeiros dias e ao longo de sua carreira com The Move e ELO, também foi publicado em 1980.

Em 1981, o som da ELO mudou novamente com a ficção científica do álbum Time, uma volta do grupo ao rock mais progressivo de álbuns como Eldorado. Com a seção de cordas eliminada, sintetizadores tiveram um papel preponderante, como foi a evolução da cena musical na maior parte do tempo. Time liderou as paradas britânicas por duas semanas e foi o último álbum de estúdio da ELO a ser disco de platina nos Estados Unidos e no Reino Unido. O álbum incluía os singles "Hold On Tight", "Twilight", "The Way Life's Meant to Be", "Here Is The News" e "Ticket to the Moon". A banda embarcou em sua última turnê para promover o LP. Foi a primeira turnê da ELO sem violoncelistas, embora Mik Kaminski tenha voltado a tocar com seu famoso "violino azul". Na turnê, Dave Morgan (guitarra, sintetizadores, vocais) estreou, tocando as peças na sequência de sintetizadores, e "Fred, the Robot", um robô fabricado especialmente para a ELO, que expressava as canções "Prologue" e "Epilogue" e ficava brincando no palco.

Declínio.
Jeff Lynne queria seguir Time como um álbum duplo. A CBS bloqueou seu plano, alegando que seria muito caro. O novo álbum foi editado de álbum duplo em um único disco e lançado como Secret Messages em 1983. (Muitos dos out-takes foram liberados mais tarde em "Afterglow", ou como b-sides dos singles.) O álbum foi um sucesso instantâneo no Reino Unido, alcançando o top 5. O lançamento do álbum foi seguido por uma sequência de más notícias, de que não haveria nenhuma turnê para promover o LP, porque o baterista Bev Bevan agora iria tocar bateria com o Black Sabbath e que o baixista Kelly Groucutt tinha deixado a banda. Rumores de fãs sobre a dissolução do grupo foram publicamente negados por Bevan. Embora Secret Messages tenha estreado no número quatro no Reino Unido, foi caindo nas paradas com a falta de singles no Reino Unido (apesar de "Rock and Roll Is King" ter sido um sucesso considerável no Reino Unido e os EUA) e uma resposta indiferente da mídia.

Em 1983, Bevan estava expressando o desejo de tocar no Black Sabbath permanentemente, Lynne e Tandy estavam gravando faixas para a trilha sonora de Electric Dreams, sob o nome de Jeff Lynne e, com a partida de Groucutt, supunha-se que a ELO tivesse terminado. No entanto, Lynne estava contratualmente obrigado a fazer mais um álbum da ELO.

Lynne, Bevan e Tandy retornaram ao estúdio em 1985 como um trio (com Christian Schneider tocando saxofone em algumas faixas), para o último álbum da ELO do século 20, Balance of Power, lançado no início de 1986. Embora o single "Calling America" tenha sido colocado no Top 30 no Reino Unido (# 28) e Top 20 nos Estados Unidos, o álbum, no geral, foi um fracasso de vendas. As orquestras estiveram ausentes do álbum, mais uma vez substituídas por sintetizadores, tocados por Tandy. O álbum também modificou o logotipo ELO habitual que havia aparecido em cada álbum desde 1976 para um tipo de balança.

Nessa época, a ELO teve um pequeno número de performances ao vivo, incluindo shows na Inglaterra e na Alemanha, juntamente com as aparições nos EUA, em Americana Coreto, Solid Gold e, em seguida, na Disneyland durante o verão. O Birmingham Heartbeat Charity Concert 1986 foi um concerto de caridade organizado por Bevan na cidade natal da ELO, Birmingham, em 15 de Março de 1986.

Lynne foi visto quando George Harrison apareceu no palco durante o bis de Heartbeat, juntando-se ao jam de "Johnny B. Goode". A última performance da ELO do século ocorreu em 13 de julho de 1986, em Stuttgart, na Alemanha.

A ELO, essencialmente, se desfez após a mostra final em Stuttgart, em 1986, mas não houve um anúncio formal de Lynne por dois anos, durante os quais produziu o álbum Cloud Nine, de George Harrison, integrou a banda Traveling Wilburys juntamente com Roy Orbison, George Harrison, Bob Dylan e Tom Petty). Bevan tentou convencer Lynne a fazer outro álbum ELO em 1988. Lynne não estava interessado e passou a anunciar que a ELO não existia mais.

ELO Part 2.
Bev Bevan (ao abrir um acordo com Lynne, que co-proprietária do nome ELO com ele), continuou em 1988 como ELO Part II, inicialmente com nenhum outro ex-membros do ELO, exceto Louis Clark. ELO Part II lançou seu primeiro álbum Electric Light Orchestra Part Two , em 1990. Mik Kaminski, Kelly Groucutt e Hugh McDowell se juntaram à banda para a primeira turnê em 1991. McDowell deixou após essa turnê. Bevan, Groucutt, Kaminski e Clark gravaram o segundo álbum, "Moment of Truth", em 1994 e fizeram várias turnês até 1999. Bevan aposentado do line-up em 1999 e vendeu sua parte do nome do ELO com Jeff Lynne, em 2000. Os restantes membros continuam a excursionar e gravar, rebatizado como The Orchestra.

Reforma em 2000.

Jeff Lynne começou 2000 com o lançamento de um box set retrospectivo da ELO, Flashback, contendo três CDs de faixas remasterizadas e um punhado de out-takes e obras inacabadas.

Em 2001, Zoom, primeiro álbum da ELO desde 1986, foi lançado. Embora faturados e comercializado como um álbum ELO, o único retorno de membros antigos foi de Jeff Lynne e Richard Tandy. Zoom assumiu um som mais orgânico, com menos ênfase nas cordas e efeitos eletrônicos. Entre os músicos convidados estão os ex-Beatles Ringo Starr e George Harrison. Após a conclusão do álbum, Lynne reformou completamente a banda com novos membros, incluindo sua então namorada Rosie Vela (que havia lançado seu próprio álbum "Zazu", em 1986) e anunciou que faria uma turnê novamente com ELO. O ex-membro ELO Richard Tandy voltou à banda pouco tempo depois de duas apresentações ao vivo de televisão: VH1 Storytellers e PBS show na CBS Television City, mais tarde intitulado Zoom Live Tour, que foi lançado em DVD. A turnê prevista foi cancelada. Lynne, um amigo próximo de George Harrison, ficou muito triste com sua morte. A turnê ELO não foi remarcada.

Harvest Records e Epic / Legacy lançaram várias reedições de álbuns ELO remasterizados, com out-takes e faixas nunca reveladas antes como "Surrender" e "Latitude 88 North".

Até à data, a ELO não ter sido nomeado para um Rock and Roll Hall of Fame da indução (da banda ter sido considerado elegível desde 1996). Tony Sclafani é um contribuinte regular e MSNBC nomearia ELO para o Rock Hall, se perguntou.

Nome da Banda e Logotipo.
O nome é um trocadilho baseado não apenas na luz elétrica (como em uma lâmpada, como visto no álbum de início), mas também usando o "elétrico" de instrumentos de rock combinada com uma "orquestra de luz" (orquestras, com apenas alguns violoncelos e violinos que eram populares na Grã-Bretanha na década de 1960).

O logotipo oficial da banda, projetado em 1976 pelo artista Kosh, foi visto pela primeira vez em seu álbum de 1976 "A New World Record" e é baseado em um 1946 Wurlitzer jukebox model 4008 speaker. Anterior do logotipo da banda foi semelhante à da General Electric.

O novo logotipo apareceu na maioria dos álbuns da banda as capas de várias formas. Por exemplo, em 1977 no álbum Out of the Blue, o logotipo foi transformado em uma estação espacial, uma imagem duradoura hoje sinônimo com a banda. No seguimento do álbum Discovery, o logotipo tornou-se um pequeno artefato brilhante em cima de um baú do tesouro. Bev Bevan geralmente exibia o logotipo em seu kit de bateria.